Arquivo diário: 18 de março de 2016
Nova plataforma de streaming divide diretores famosos em Hollywood e ameaça o cinema
Enquanto Batman disputa com Superman nas telas e Capitão América prepara-se para enfrentar o Homem de Ferro, Hollywood vive o seu conflito mais épico nos bastidores. Diretores versus diretores. Estúdios versus Exibidores. Tudo começou quando Sean Parker veio com uma proposta inusitada. Seu novo projeto Screening Room propõe abolir as tradicionais janelas de exibição e lançar os filmes nos cinemas e nas residências dos espectadores, ao mesmo tempo. O espectador teria um custo de US$ 150 dólares (cerca de R$ 600 reais) para a instalação de um conversor em sua casa, com o objetivo de evitar a pirataria e uma taxa por filme de US$ 50 dólares (cerca de R$ 200,00) que seria disponibilizado por 48 horas via streaming. Na estrutura do novo serviço, parte do valor arrecadado com o aluguel seria pago aos distribuidores e exibidores, de forma compensatória. Os grupos exibidores começaram a reclamar com cartas abertas ao público exigindo que a primazia do cinema e as janelas fossem respeitadas, que novidades como essa deveriam ser negociadas também com os exibidores e que os Estúdios deveriam boicotar o serviço. Grandes diretores como Steven Spielberg (Indiana Jones), Martin Scorsese (A Invenção de Hugo Cabret), Peter Jackson (O Hobbit), Taylor Hackford (Advogado do Diabo), J.J. Abrams (Star Wars – O Despertar da Força), Ron Howard (No Coração do Mar) e Brian Grazer (Produtor da série 24 Horas) declararam apoio ao projeto porque entendem que o serviço permitiria expandir a audiência para um público que não costuma ir aos cinemas. Se dividir o valor (salgado) do ingresso com várias pessoas, sairia mais barato do que pagar ingresso para cada um ver o filme nas telas. Além disso, as pessoas não enfrentariam trânsito, filas, estacionamento, não teriam que contratar babás para seus filhos e veriam o filme no conforto de suas casas. Howard defendeu: “A Screening Room é a única solução que envolve todas as peças da indústria: exibidores, estúdios e diretores. O modelo é justo, equilibrado e oferece vantagem para toda a indústria que amamos”. Mas nem todos concordam.